30/10/09
Amor Pacífico e Fecundo
Não quero amor
que não saiba dominar-se,
desse, como vinho espumante,
que parte o copo e se entorna,
perdido num instante.
Dá-me esse amor fresco e puro
como a tua chuva,
que abençoa a terra sequiosa,
e enche as talhas do lar.
Amor que penetre até ao centro da vida,
e dali se estenda como seiva invisível,
até aos ramos da árvore da existência,
e faça nascer
as flores e os frutos.
Dá-me esse amor
que conserva tranquilo o coração,
na plenitude da paz!
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Não quero amor
que não saiba dominar-se,
desse, como vinho espumante,
que parte o copo e se entorna,
perdido num instante.
Dá-me esse amor fresco e puro
como a tua chuva,
que abençoa a terra sequiosa,
e enche as talhas do lar.
Amor que penetre até ao centro da vida,
e dali se estenda como seiva invisível,
até aos ramos da árvore da existência,
e faça nascer
as flores e os frutos.
Dá-me esse amor
que conserva tranquilo o coração,
na plenitude da paz!
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
29/10/09
26/10/09
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Não peça eu nunca
para me ver livre de perigos,
mas coragem para afrontá-los.
Não queira eu
que se apaguem as minhas dores,
mas que saiba dominá-las
no meu coração.
Não procure eu amigos
no campo da batalha da vida,
mas ter forças dentro de mim.
Não deseje eu ansiosamente
ser salvo,
mas ter esperança
para conquistar pacientemente
a minha liberdade.
Não seja eu tão cobarde, Senhor,
que deseje a tua misericórdia
no meu triunfo,
mas apertar a tua mão
no meu fracasso!
para me ver livre de perigos,
mas coragem para afrontá-los.
Não queira eu
que se apaguem as minhas dores,
mas que saiba dominá-las
no meu coração.
Não procure eu amigos
no campo da batalha da vida,
mas ter forças dentro de mim.
Não deseje eu ansiosamente
ser salvo,
mas ter esperança
para conquistar pacientemente
a minha liberdade.
Não seja eu tão cobarde, Senhor,
que deseje a tua misericórdia
no meu triunfo,
mas apertar a tua mão
no meu fracasso!
"A Prisão do Orgulho"
Choro, metido na masmorra do meu nome.
Dia após dia, levanto,
sem descanso,
este muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra o meu ser verdadeiro.
Este belo muro é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia para evitar a mais leve fenda.
E com este cuidado todo,
perco de vista o meu ser verdadeiro.
21/10/09
A unidade
A unidade é simplesmente a ideia de que Deus é. E, nos Seu Ser, abarca todas as coisas.
Nenhuma mente contém nada que não seja Ele. Quando dizemos “Deus é”, de imediato guardamos silêncio, pois neste conhecimento as palavras carecem de sentido. Não há lábios que as possam pronunciar, nem nenhuma parte da mente é suficientemente diferente do resto para sentir que, agora, é consciente de algo que não seja ela mesma. Uniu-se à sua Fonte e, tal como Ela, simplesmente é. Não podemos falar, escrever, nem sequer pensar nisto em absoluto.
14/10/09
Sou um guardador de rebanhos
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta
Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu Beleza às coisas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ser senão o visível!
Alberto Caeiro
Falas de civilização...
Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as coisas humanas postas desta maneira,
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as coisas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!
Alberto Caeiro
O amor é uma companhia
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
09/10/09
EGO
Sempre que nos abrirmos para a Luz morremos para as coisas do mundo.
Teremos que perecer e renascer...
Teremos que perecer e renascer...
08/10/09
Parábola de Jesus Cristo (Ev.Mateus 6:28 e 29)
Olhai os lírios do campo...
Porque andais preocupados quanto ao que vestir?
Observai como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Eu, contudo, vos asseguro que nem Salomão, em todo o esplendor da sua glória, vestiu-se como um deles.
Então, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?
Portanto, não vos preocupeis, dizendo:
-Que iremos comer? Que iremos beber?
Ou ainda:
-Com que nos vestiremos?
Buscai, assim em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.
Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações.
É suficiente o mal que cada dia traz em si mesmo.
Conto Budista
Buda e a Flor de Lótus
Buda e a Flor de Lótus
Buda reuniu seus discípulos, e mostrou uma flor de lótus - símbolo da pureza, porque cresce imaculada em águas pantanosas.
- Quero que me digam algo sobre isto que tenho nas mãos - perguntou Buda.
O primeiro fez um verdadeiro tratado sobre a importância das flores.
O segundo compôs uma linda poesia sobre suas pétalas.
O terceiro inventou uma parábola usando a flor como exemplo.
Chegou a vez de Mahakashyao. Este aproximou-se de Buda, cheirou a flor, e acariciou seu rosto com uma das pétalas.
- É uma flor de lótus - disse Mahakashyao. Simples e bela.
- Você foi o único que viu o que eu tinha nas mãos - disse Buda.
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